É aqui que escrevo sobre os 50 anos do Diário do Sul
- Francisco Gs Simões
- 25 de fev. de 2019
- 2 min de leitura

O Diário do Sul acompanha-me desde que um dia fui obrigado pelas circunstâncias da vida a trocar a alegre vida que levava em S. Miguel de Machede, pelo mistério que era viver na cidade grande.
O Diário do Sul era a minha referencia para ir para a Escola, descia a travessa de Santo André, virava à e esquerda, depois à direita depois novamente à esquerda e pronto aí estava o Ciclo Preparatório.
Não vou aqui contar as minhas relações com o jornal, já escrevi milhares de palavras sobre ele e nele. E, sempre que escrevo sobre ele e sempre que escrevia nele, havia um sentimento que me dominava, a emoção. Por isso quando encontrei aquilo que chamamos o meu “estilo” de escrever, só poderia ser emotivo.
Ao longo destes anos que me lembre, a memória por vezes atraiçoa-nos, mas não creio que desta vez me faça uma partida, nunca me pediram para escrever no dia do aniversário do jornal, aliás creio que a nível de opinião, nunca me foi pedido, mas também nunca me foi negada.
No entanto, porque o aniversário é sempre uma data importante, lá fui encontrando espaços onde me associava à festa do jornal. O mesmo acontece neste dia 25 de Fevereiro de 2019, quando o jornal do senhor Piçarra completa cinquenta anos da sua existência, não é de vida, porque um jornal tem uma vida efémera, nasce e morre todos os dias.
Nesta data importante para o jornal, para a cidade e para a região, não podia deixar soltar umas palavras, provavelmente não tão importantes como outras, mas que são as minhas e por isso para mim são as mais importante de todas.
O Diário do Sul nunca foi o jornal das elites ou do poder, foi sempre o jornal daqueles que queriam vencer na vida, dos que não se conformavam, dos que gostam de ser como são. É curioso que nos cinquenta anos de existência, o Diário do Sul conseguiu converter, críticos e mesmo inimigos a acérrimos defensores. Isto graças à sabedoria do seu diretor e também à força que o jornal tem junto da população.
Não sou daqueles que em dia de festa entendo que a festa tem de ter todos. Não, a festa tem de ser daqueles que vivem para o jornal, que o recebem todos os dias, que encontram nele o porto de abrigo para muitas injustiças, para desabafos e mesmo estados de alma. São esses que devem estar na festa dos cinquenta anos do DS.
A festa tem de ser dos que deixaram de ser anónimos, porque os leitores do Jornal lhe deram a importância que talvez não merecessem. A festa tem de ser dos que deram ao projeto tudo, deram uma vida a um sonho que tem de continuar a ser sonhado.
A festa dos cinquenta anos do Diário do Sul deve ser contada aos mais novos, não o dia dos anos, mas a festa que tem sido acontecer diário do Sul todos os dias. Nós que lemos o jornal, que ansiamos por saber notícias da nossa rua, histórias dos nossos vizinhos, que queremos que alguém dê voz aos nossos anseios, também estamos em festa.
E eu, que tive como referencia o Diário do Sul, estou também em festa, porque nunca me perdi no caminho, porque o Diário do Sul mo indicava… Parabéns.
Mário Simões
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