Saramugo pode parar construção da praia fluvial da Amieira
- Francisco Gs Simões
- 1 de abr. de 2019
- 2 min de leitura

Uma colónia de Saramugos, pode inviabilizar ou pelo menos adiar a construção da praia fluvial da Amieira. O Jornal e Portel sabe uma associação de defesa daquele peixe, a AAS- associação dos Amigos do Saramugo, se prepara para apresentar uma providência cautelar por forma a impedir que as obras que já estão a decorrer continuem, pelo menos até que se encontre uma solução para os cerca de vinte saramugos que encontraram junto a Amieira as condições ideais para se reproduzirem.
Recorde-se que o Saramugo (Anaecypris hispânica) é o mais pequeno peixe da fauna da bacia do Guadiana. O seu comprimento raramente ultrapassa os 7 cm, sendo que, regra geral, as fêmeas são maiores que o macho.
Possuem um corpo estreito, coberto com escamas finas e pequenas de coloração prateada na zona do ventre, castanho-claro na zona dorsal e quase amarelo na lateral, apresentando por vezes reflexos rosados e alguns pontos negros espalhados pelos flancos.
Tem uma reduzida longevidade, de 3 a 4 anos. O que os coloca ainda mais na lista de espécies ameaçadas da Europa correndo o risco de extinção. Foi classificado como “Criticamente em Perigo” pelo Novo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal e como “Em Perigo” pela IUCN Red List of Threatened Species, constando também na lista de espécies da Rede Natura 2000.
É uma espécie endémica da Bacia do Guadiana, não existindo em qualquer outro sistema fluvial. O Saramugo tem sofrido uma redução significativa nas últimas duas décadas, particularmente as populações da região central e superior da bacia do Guadiana em território nacional. Esta situação de declínio deve-se à má gestão dos habitats aquáticos e leito dos rios (devastados por incêndios há alguns anos).
Para proteger esta espécie a WWF desenvolveu um projecto de conservação que incluiu:
A designação de sítios, por níveis de prioridade, para inclusão na Rede Natura 2000. A reabilitação dos cursos de água em que a espécie existe ou tem possibilidade de existir; A integração efectiva da conservação da ictiofauna no Plano de Bacia Hidrográfica do rio Guadiana; O estabelecimento de colaborações transfronteiriças que promovam uma gestão integrada dos recursos aquáticos.
A AAS, em colaboração com o departamento e biologia da UE estão a estudar uma forma de transferir este peixe para um outro setor da barragem por forma a que o projeto da praia fluvial da Amieira não posso ser posto em causa.
Para já o que pretendem os ambientalistas é que as obras parem para não perturbar aquela espécie de peixes que se encontram na fase da desova.
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