Rui Nabeiro hoje 88 anos

Quando um alentejano ouve falar de Manuel Rui Azinhais Nabeiro, fica sempre de certa forma enciumado. Todos nós alentejanos o queremos de certa forma para nós, por isso quando alguém o liga ao Café isso incomoda-nos, embora tenhamos orgulho no “nosso” café Delta.

Mas, para nós o Comendador Nabeiro é essencialmente o Alentejo, ou dito de outra forma o alentejano, o nosso chão, o nosso exemplo, o conterrâneo, que pensamos nós, é “nosso” e de mais ninguém.

Pois bem este alentejano de sorriso confortante faz hoje 88 anos. Podia escrever muito sobre ele, escrever sobre a sua vida que está ligada à sua atividade profissional, podia procurar aqui e ali as histórias e são muitas as histórias, os exemplos, os mitos que se criaram à sua volta.

Mas, acreditem, que para quem é alentejano, para quem conhece todo o Alentejo, para quem conhece milhares e milhares de alentejanos, é impossível escrever o que vai no sentimento. Traduzir em palavras a gratidão. Não pelo que faz, mas pelo que nos impele a fazer.

A longo dos oitenta e oito anos de vida, Manuel Rui Azinhais Nabeiro foi construindo uma riqueza imensa e foi-a distribuindo, de uma forma que só nós alentejanos percebemos, não distribuiu dinheiro nem o multiplicou porque não é Deus, ofereceu-nos o seu olhar, meio longínquo, meio alegre e cheio de esperança.

O que o Comendador Nabeiro nos dá no dia a dia é algo que nos faz sentir orgulho de ser um alentejano como ele. Ele mostra-nos que a vida não uma coisa complicada. É dura, por vezes é trágica, é sacrificante é injusta, mas não é complicada.

E, é nesta descomplicação da vida que está o segredo da riqueza, aquilo que quando falamos de manuel Rui Azinhais Nabeiro nos faz sentir orgulho e um pouco diferente dos outros. A vida é para ser aproveitada para a vivermos uns com os outros.

Mário Simões