Há mais seis grifos a voarem nos céus do Alentejo
- Francisco Gs Simões
- 10 de jan. de 2019
- 2 min de leitura
O céu do Alentejo ficou mais bonito e a planície

com um ruído bom, quando no passado dia 19 de Dezembro seis imponentes grifos levantaram voo na serra de Alçaria Ruiva em Mértola, local onde foram libertados pelos voluntários do Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, RIAS, no Algarve.
Estas aves recolhidas em Mértola, Serpa, Beja, Almancil e Fuzeta, foram entregues no RIAS no final do passado mês de Setembro, encontrando-se então bastante debilitados devido à dificuldade em encontrar alimento durante o período de migração.
Depois de tratadas estas aves, foram sinalizadas com as habituais anilhas metálicas, três dos seis grifos foram marcados com marcas alares verdes que permitirão um melhor seguimento pós-libertação destas aves.
Recorde-se que o grifo tem um estatuto de conservação Quase Ameaçado em território nacional, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. É uma espécie que está presente no nosso país ao longo de todo o ano, mas faz movimentos amplos fora da época de reprodução, surgindo então noutras zonas do território.
Em Portugal nidificam algumas centenas de casais de grifos, mas a sua distribuição é fortemente assimétrica. Segundo a Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, o grifo distribui-se sobretudo pelo interior do território nacional, sendo mais comum junto à fronteira com Espanha. As principais zonas de reprodução situam-se no Nordeste Transmontano, que alberga mais de metade da população portuguesa desta espécie.
De referir que o Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens, RIAS, está localizado em Olhão e que sucedeu ao centro conhecido por CRA – Centro de Recuperação de Aves, tem cerca de 25 anos de funcionamento, tendo estado envolvido na recuperação e libertação de milhares de animais selvagens após o seu tratamento. Sob orientação do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), e com apoio financeiro da ANA – Aeroportos de Portugal através do Aeroporto de Faro.
Em 2009 a Associação ALDEIA assumiu a gestão do centro com um novo projecto mais abrangente que tem como principais objectivos: a recuperação de animais selvagens, a investigação dos fatores de risco para a sua conservação e a educação ambiental da população em geral para a importância da biodiversidade.
Funcionando como um hospital de fauna selvagem, o trabalho do RIAS consiste na receção e tratamento de animais que são encontrados feridos ou debilitados e posterior libertação, sempre que possível, no local onde foram encontrados. Além destes, também a receção de animais mortos de espécies prioritárias é importante, para tentar perceber as causas de morte e, assim, determinar fatores de risco para as populações selvagens.
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