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GRANDE REPORTAGEM

Fado Tropical


Os futebolistas descobriram o Alentejo nos anos 70



A “grande viagem” que leva portugueses para o Brasil e traz brasileiros para Portugal dura há mais de quinhentos anos. Durante estes séculos ciclicamente o “barco” leva mais para lá e traz mais para cá consoante a condição económica social e politica de um ou outro país é mais favorável.

Apesar de haver sempre alguns atos discriminatórios, felizmente que não generalizados, sejam eles por causa da cor da pele dos hábitos do sotaque ou da cultura própria de cada povo, o que não restam duvidas é que nos sentimos em “casa” quando estamos em terras de Vera Cruz e eles se sentem bem em terras lusitanas.

Sem entrarmos em muito pormenor neste intercambio luso brasileiro ou como dizia um brasileiro que fez história em Évora e no Alentejo Leonildo Vila Nova que veio de Recife para se enamorar do Alentejo e por cá ficar eternamente, este espírito "bratejano", longe vão os tempos em que no Alentejo um brasileiro era sinónimo de futebol.

Évora dos anos setenta via chegar craques e o cinzentismo da cidade ganhava colorido com os jogadores de futebol que começavam a mostrar uma outra faceta do Brasil, que nos mandava craques da bola e começava a mostrar-nos um mundo novo através das telenovelas.

Aos poucos foram chegando outros “brasucas”, que começaram a tomar contato com os “portugas”, que pouco ou nada tinham a ver com a imagem que era passada boca a boca no Brasil sobre os portugueses de bigode, “macambúzios” e sem piada nenhuma.

Vieram trabalhar para as obras, para os restaurante, para os cabeleireiros, para a agricultura, vieram como todos os emigrantes fazer o que havia para fazer, tal como muitos portugueses tinham ido anos antes para o Brasil começar ou recomeçar a vida.

Depois dos brasileiros que vinham fazer o que houvesse para fazer começaram a vir os que sabiam o que queria fazer e vieram dentistas, professores, músicos, comunicadores e deu-se então um pequeno choque no sociedade portuguesa que como todos os choques entre estes dois povos rapidamente ficou sanado através do reconhecimentos que temos mais coisas comuns do que por vezes pensamos e como dizia o poeta brasileiro,Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dose de lirismo(além da sífilis, é claro), Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar, meu coração fecha os olhos e sinceramente chora...".

O intercambio ganhou qualidade e isso foi benéfico para as duas sociedade que sendo distintas se completam, nós mais tristes eles mais alegres e capazes de nos fazer ganhar uma consciência nacionalista que nos levou a colocar bandeiras nas janelas tornando o Portugal todo verde e vermelho pela mão de um “filipão”, que era todo verde e amarelo.

De repente chegaram outro tipo de brasileiros, vinham não para trabalhar, mas para passear , gastar dinheiro, ajudar a economia portuguesas, era uma classe média a enriquecer no Brasil e a mostrar aos que cá estavam que um novo Brasil estava a nascer.

E, quando por cá as coisas começaram a piorar em termos económicos muitos regressaram e muitos portugueses foram rumaram também para o Brasil em busca de dias melhores..

Agora, Portugal está melhor, têm aquilo que no Brasil vem faltando e que muitas vezes faz mudar famílias inteiras de lugar, insegurança. E, para que lugar pensam os nossos irmãos vir que os receba melhor e lhes dê a possibilidade de voltarem a sorrir a rir a dançar e também a ajudar o país a crescer. Claro Portugal.

Dizem alguns números que Portugal está em segundo lugar nos destinos escolhidos pelos brasileiros, é possível que quiséssemos estar em primeiro, mas dizem os entendidos que se a pesquisa fosse feita há 10 ou 20 anos, Portugal mal aparecia na lista.

Razão mais ou menos cientifica para essa escolha, tem a ver com a forma como o brasileiro começou a ver Portugal. Portugal já não é aquele país que povoava a sua imaginação, um país atrasado, rural, conservador, melancólico.

Através do turismo os brasileiro tiveram contato com um Portugal moderno, um país onde todos falamos a mesma língua e onde são bem recebidos.

Segundo o jornal “Publico” não havendo dados concretos sobre o atual momento da imigração brasileira, estima-se que esta continua a subir depois de um crescimento de 5% do ano passado.

Não se trata segundo alguns de uma nova vaga de emigrantes, mas de um “ressurgimento” têm aumentado o número de pedidos de registo criminal no consulado, o que é um indicador de chegadas e o crescimento económico de Portugal bem como a dispensa de vistos explicam este aumento.

Segundo aquele jornal o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) não revela ainda dados concretos sobre o número de brasileiros que estão a viver em Portugal em 2018, mas dá a indicação de que houve um "aumento significativo" em relação a 2017 — quando já se tinha registado uma subida de 5,1%, sendo mais de 85 mil.

No consulado do Brasil não se faz registo destes dados, mas sabe-se pelo número de atendimentos – que passaram de 300 para mais de 760 por dia – que há uma maior procura, tanto que há gente a dormir à porta para garantir ser

Para se ter um termo de comparação, o número de pedidos mais do que duplicou do certificado de registo criminal, documento necessário para obter a regularização, passando de 13.673 em 2017 para 31.129 em 2018, ainda antes da eleição de Jair Bolsonaro em finais de Outubro. 

Ainda segundo o jornal Publico “Com a economia em Portugal a acelerar e o encerramento das fronteiras nos Estados Unidos da América e futuramente no Reino Unido, dois dos destinos preferidos de brasileiros, Portugal apresentou-se como alternativa — assim como Espanha e Itália que estão a assistir a um movimento idêntico. É preciso notar que há sempre um desfasamento entre o momento da chegada e da legalização e é por isso que muitos números ainda não estão espelhados nos relatórios e nos dados fornecidos pelas entidades oficiais, ressalva o sociólogo Pedro Góis da Universidade de Coimbra.

Outra das razões para a vinda de brasileiro segundo aquele académico, tem a ver com “ a comunidade brasileira que já está em Portugal serve de "factor de atracção" e de “amortecedor”: “O risco para quem imigra é muito menor — pode-se ficar em casa do amigo, há sempre um contacto, há informação”.

Olhando para a história da imigração brasileira em Portugal, o sociólogo identifica o início com a chegada dos dentistas daquele país nos anos 1980 —​ não mais parou, embora tenha abrandado durante alguns anos. O que caracteriza a mais recente vaga é o facto de serem migrantes que chegam também para a banca, imobiliário, turismo mais qualificado abrindo hotéis ou hostels, profissões liberais ou criativos. “Em Lisboa já temos um pouco do ecossistema de São Paulo que contempla tudo, dos mais ricos aos mais pobres.” O resto da comunidade está nos lugares de sempre: Porto, onde cresce mais porque “partiu de uma base mais reduzia”, e Algarve.

Porém, ainda não atingimos o pico máximo da imigração brasileira, nem assistimos a uma pressão migratória, acrescenta — que “acontece quando há mais gente a chegar do que aquela que a nossa sociedade consegue absorver”. Refere-o porque o aumento do número de pedidos de nacionalidade nos consulados do Rio de Janeiro e São Paulo — que demoram sempre meses a concretizar-se em concessões — são um indicador indirecto de uma maior chegada em breve, conclui Pedro Góis.

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