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Eleições Europeias, escolho votar


A 26 de maio os portugueses votam os seus representantes no Parlamento Europeu. Os eleitos assumem a representação mais afastada dos eleitores, afinal de contas o Parlamento Europeu reúne em Bruxelas e Estrasburgo e as decisões que tomam apesar de terem reflexos reais nas escolhas dos países integrantes da União, estas têm consequências menos imediatas nas nossas vidas. Esta é, historicamente, a eleição com a maior taxa de abstenção e, é comum ouvirmos dizer que todas as razões são muito fortes e bem interessantes que ir votar. Mas não é indiferente para os portugueses quem irão ser os 21 eurodeputados portugueses, os grupos parlamentares onde se incluem e que força terão para fazer ouvir a sua voz num Parlamento com 751 deputados de 28 países.

Tenho a profunda convicção do positivo que é para Portugal e para os portugueses a integração na comunidade de países democráticos da Europa. Na história da Europa Ocidental este é um tempo alargado de paz e de progresso económico e social. Desde 1986, quando Mário Soares assinou a integração de Portugal na então CEE, até aos dias de hoje muito mudou no nosso país; muitas coisas para melhor, mas também algumas para pior. Sendo realista sublinho os investimentos em áreas como a saúde, a educação, os equipamentos sociais e culturais, nas estradas, na modernização empresarial, …, que têm um significado na vida diária dos portugueses em geral e dos alentejanos em especial. Simbolicamente destaco a construção de Alqueva e como mudou a perspetiva das nossas vidas. Foi a adesão à Europa que permitiu em apenas 33 anos, com a injeção de fundos comunitários alterar tão rapidamente a nossa realidade coletiva. Mas importa sublinhar que foram cometidos erros e não correu tudo bem. Perdemos nas pescas, perdemos na agricultura tradicional (lembro que pagavam para não produzir) apesar de ganharmos na modernização dos setores. Já não temos indústrias importantes, como a Lisnave, a Setenave ou a Siderurgia. Mas, no balanço entre os prós e os contras, considero que se verificaram grandes melhorias que contribuíram para aumentar a qualidade de vida das pessoas.

Defendo a importância de todos votarem para tornar clara a vontade dos portugueses no posicionamento de Portugal no quadro da União Europeia. Nesta eleição há escolhas importantes a fazer: Quero ou não que Portugal integre este projeto europeu? Devem os estados da União voltar a ter controle de fronteiras? Criação de impostos europeus sobre as grandes empresas, sim ou não? Forças Armadas Europeias, sim ou não? A Política Comum deve ou não alargar-se a outras áreas como por exemplo a fiscalidade? Manter, ampliar ou reduzir os fundos de coesão territorial e social? Que relação entre os documentos estratégicos e orçamentais de cada país e o conjunto da União? Que compromissos devem ser assumidos por cada país no espaço da União e como devem ser monitorizados?

Votar significa escolher o que cada um ambiciona e rejeitar o que não quer. Não gosto que os outros tomem opções por mim, não gosto de radicalismos, de demagogias. Povos a trabalhar em conjunto em paz a construir uma sociedade europeia de paz e progresso. Como membro do partido que sempre defendeu a “Europa Connosco” entendo que o voto no reforço desse grupo vai ser determinante para que Portugal e também o Alentejo tenham voz com peso no Parlamento Europeu. E só um candidato alentejano pode dar voz ao Alentejo.

José Alberto Fateixa

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