Confraria de Santana para mostrar o que de bom há em...Santana
- Francisco Gs Simões
- 14 de mar. de 2019
- 3 min de leitura

A Confraria Serranias do Mendro de Santana está de parabéns pois foi há precisamente um ano, no dia 14 de Março de 2018, que os 18 confrades viram oficializado um sonho que depois se tornou ideia e finalmente realidade, de formarem uma organização que promovesse a “sua” terra quer em termos históricos, quer em termos económicos ou mesmo gastronómicos.
A primeira aparição pública da nova Confraria foi na Feira do Montado em Portel, ostentando as capas com as cores inerentes aos produtos e à região, onde sobressai o amarelo, lembrando o mel e o trigo, e o azul ferrete invocando as águas das ribeiras das redondezas.
Mas, é como tudo. Nada nasce do nada e tudo começou de um momento ou se quisermos dizer com mais rigor, de vários momentos e esses momentos aconteceram à mesa. Foi mesmo isso, um grupo de amigos de Santana por mero acaso começaram a juntar-se para almoçar aos domingos.
Cada um, ia mostrando os seus dotes culinários e, da competição salutar entre o Jorge Melo, o mestre Albino, o Patola, o Pai Natal, o Zé Agostinho, o Palminhas, o Joaquim Manuel, o Zé Maria, desses convívios surgiu a ideia de se criar uma Confraria, onde se fizesse notar a culinária local e os produtos desta aldeia, cuja qualidade é reconhecida por todos.
A ideia amadureceu e a criação da Confraria Serranias do Mendro, localizada em Santana, tornou-se uma realidade. Estavam assim criadas as condições para se promover de forma mais efectiva tudo o que de bom existe em Santana nomeadamente em relação aos “comes e bebes”, desde a sopa do peixe do rio, ao pão, ao queijo, ao mel, até ao borrego ou ao vinho, produtos que desde tempos idos, têm características tão próprias, fruto da localização geográfica, que lhes confere sabores e odores que os caracterizam.
É com este propósito que os Confrades, apoiados pelos produtores e gentes desta localidade, dão o seu melhor em prol duma região, que tenta extravasar quer a nível nacional quer a nível transfronteiriço, tudo aquilo que de melhor aqui se faz na localidade.
Qualquer cidadão se pode “candidatar” a confrade, sendo a sua admissão sujeita à aprovação da maioria dos confrades.
Mas, Santana não é só gastronomia, é também história e para que se fique a saber melhor que aldeia é esta de Santana, aqui fica um extracto tirado das “Memórias Paroquiais de 1758”.
Santana «está situada em valles, e montes, e della se descobre a cidade de Evora, que dista seis legoas de distancia, a cidade de Beja, que dista sinco, a villa de Portel, que dista huma e hum quarto, a villa de Alvito, que dista duas, a villa de Vianna, que dista tres legoas, Villa Alva, e Villa de Frades e a villa da Vidigueira, que distam huma legoa cada huma, e a villa de Moura, que dista sinco legoas, e a villa de Serpa, que dista seis».
Como se pode verificar, esta aldeia de Santana de Portel não é localidade recente, pois já desde a pré-história o homem andava por estas paragens, como se pode atestar pela própria “Pedra de Santana” e as suas “covinhas” ou pelo esteio sobrevivente duma anta, localizada na entrada da localidade, o que confere a importância destas paragens através dos tempos, certificada pela grandiosidade da sua Igreja do século XVI em estilo manuelino e que no século XVIII, sofre transformações em estilo barroco, essencialmente na colocação dos retábulos em talha dourada, que lhe dão o aspecto que hoje nos mostra.
Para além da gastronomia, da história e da monumentalidade Santana é um típica aldeia alentejana que merece bem uma visita para ver aquilo que dá ainda mais valor à localidade. As pessoas.
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