Chico Buarque venceu o Prémio Camões 2019
- Francisco Gs Simões
- 22 de mai. de 2019
- 3 min de leitura

Amou daquela vez como se fosse a última/ Beijou sua mulher como se fosse a última/ E cada filho seu como se fosse o único/E atravessou a rua com seu passo tímido... muitos conhecerão estes versos e muitos outros de Chico Buarque ou Chico Buarque de Honllanda como começou por ser conhecido, são muitas as canções mas são muitos também os textos que se transformaram em livro e fizeram deste lutador pela liberdade num justo continuador de Camões e por isso merece bem o prémios Camões 2019.
Pois é, Chico Buarque é o venceu do Prémio Camões 2019. A decisão foi conhecida após a reunião do júri da 31ª edição, que decorreu, no Rio de Janeiro.
Francisco Buarque de Hollanda nasceu em 1944 na cidade do Rio de Janeiro, filho do historiador Sérgio Buarque de Hollanda e de Maria Amélia Alvim Buarque de Hollanda. Artista multifacetado e um dos mais conhecidos autores da música popular brasileira, desde cedo se afirmou como escritor de relevo, seja na dimensão poética e musical das suas letras, seja na ficção ou na dramaturgia.
Publica em 1966 o seu primeiro conto intitulado Ulisses no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, o qual seria incluído, mais tarde, no livro A Banda, juntamente com as letras e partituras de algumas das suas músicas.
A sua estreia na ficção de maior fôlego acontece em 1974, com a novela Fazenda Modelo. Em 1979 publica o poemário infantil Chapeuzinho Amarelo e, em 1981, A Bordo do Rui Barbosa, escrito durante a década de 60 e com ilustrações de Vallandro Keating. A sua estreia no romance acontece em 1991, com Estorvo, vencedor do Prêmio Jabuti de melhor romance no ano seguinte, prémio que voltará a ganhar em 2004 pelo romance Budapeste (2003) e em 2010 com Leite Derramado (2009). Em 2014 publicou ainda o Irmão Alemão. Tem também uma importante obra de dramaturgia publicada, com destaque para a Ópera do Malandro (1978).
O Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, é o prémio de maior prestígio da língua portuguesa. Com a sua atribuição é prestada anualmente uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da língua portuguesa.
O júri da 31ª edição do Prémio Camões foi constituído por Manuel Frias Martins, professor agregado (aposentado) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e presidente da Associação Portuguesa de Críticos Literários (Portugal); Clara Rowland, professora associada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Portugal); Antonio Cícero, ensaísta e poeta (Brasil); Antonio Hohlfeldt, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Brasil); pelos PALOP, Ana Paula Tavares, poeta e professora universitária em Lisboa (Angola); Nataniel Ngomane, professor da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique).
O Prémio Camões foi já atribuído, por ordem cronológica, a Miguel Torga (Portugal), João Cabral de Mello Neto (Brasil), José Craveirinha (Moçambique), Vergílio Ferreira (Portugal), Rachel de Queiroz (Brasil), Jorge Amado (Brasil), José Saramago (Portugal), Eduardo Lourenço (Portugal), Pepetela (Angola), António Cândido (Brasil), Sophia de Mello Breyner Andresen (Portugal), Autran Dourado (Brasil), Eugénio de Andrade (Portugal), Maria Velho da Costa (Portugal), Rubem Fonseca (Brasil), Agustina Bessa-Luís (Portugal), Lygia Fagundes Telles (Brasil), Luandino Vieira - recusado (Angola), António Lobo Antunes (Portugal), João Ubaldo Ribeiro (Brasil), Arménio Vieira (Cabo Verde), Ferreira Gullar (Brasil), Manuel António Pina (Portugal), Dalton Trevisan (Brasil), Mia Couto (Moçambique), Alberto da Costa e Silva (Brasil), Hélia Correia (Portugal), Radouan Nassar (Brasil), Manuel Alegre (Portugal) e Germano Almeida (Cabo Verde).
Comentarios