Cartas de Amor

Nunca fui uma garota com uma mente perversa Mas tudo fica melhor quando o sol se põe.

Taylor Momsen

Divertiam-se a falar de amor. Não tinham qualquer receio de teorizar o amor, mesmo quando aquilo que pensavam sobre ele e aquilo que imaginavam para ele, fosse contra o pensamento e imaginação ou o desejo do outro, aliás nem pensavam no outro quando se propunham teorizar o amor.

Não falavam sobre o amor deles, pois isso era coisa que estava para alem do mundo que viviam. A Rita dizia mesmo que no mundo que habitavam não havia amor, porque não havia espaço para mais nada alem deles:

- Esta coisa do amor é mesmo universal e tem milhares de milhares de significados, de forma de se demonstrar, aliás tudo serve para demonstrar amor, mesmo as forma mais ortodoxas de mostrar que se ama

- Então é por isso, dizia o David que tens dificuldade acreditar naqueles pequenos conselhos que se vendem do tipo o amor é... – Sim, porque mais tarde ou mais cedo todos nós vamos tentar demonstrar o amor que sentimos e mesmo aqueles que pensam que o amor nos dias de hoje não tem sentido, que a rapaziada quer é curtir, estar ou ficar, não estão a ver bem a coisa ou então as diopetrias dos óculos têm de ser revistas, dizia a Rita ao mesmo tempo que pegava na mão do David e o levava para o ponto mais alto do castelo que defendia a planície. O amor está no ar sempre em todas as idades e em todas as sociedade. Quer seja na paz quer seja na guerra aí está o amor a desafiar os homens.  Hoje já se escrevem poucas cartas, já não se mandam recados pelo barquinho que desce a ribeira, talvez já nem se use o pombo ou o papagaio louro de bico dourado para levar o carta.

Sim...sim cantarolava ela. “ Mas há a internet, as redes sociais há uma forma de estar sempre junto estando longe”

- Amanhã quando chegar a Roma vou escrever-te.

- Amanhã vou esperar por ti no nosso bar na Piazza dell`Immacolata 

O abraço que se seguiu só foi visto pelo sol que ao pôr-se no horizonte marcou a silhueta que rapidamente se espalhou pelo instagram.