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Cartas de Amor

A vida é maravilhosa se não se tem medo dela.


A Rita caminhava sozinha pela alameda ia olhando o céu por entre a ramagem e as flores lilases dos jacarandás. Um dia iria ter um jardim onde plantaria um jacarandá a árvore que a fazia sonhar e no seu sonho viajar até ao encontro da paz e tranquilidade que aquela árvore oriunda do Brasil lhe transmitia. Lá longe estava o rio que se ia aproximando sem que ela se apercebesse absorvida que ia pelos pensamentos antagónicos que lhe retiram a alegria de caminhar por entre a sua árvore de eleição. A Rita nunca se importara muito consigo, ou melhor, não ligava muito ao que lhe acontecia, a sua filosofia de vida era viver. Não quer isto dizer que tudo o que lhe acontecia era bom. O fazia a diferença entre elas e a esmagadora maioria das pessoas é que ela aceitava tudo com tanta naturalidade que passava a imagem que tudo correia como ela previa. Esse fato era sempre alvo de uma certa inveja. Havia os que invejavam a sua capacidade de resiliência e outros a sua forma de estar sempre altiva e muitas vezes arrogante. Poucos muitos poucos a tentaram entender, criara uma role de admiradores que lhe mantinham o ego em alta e não se preocupava muitos com aqueles que tentavam mostrar e demonstrar que ela não passava de uma mulher fútil, vaidosa e de certa forma movida somente pelo interesse e pela necessidade de se mostrar. A Rita caminhava pela vida como caminhava diariamente pela alameda, aproveitando a sombra que os jacarandás lhe davam e também o quentinho do sol que este permitia que chegasse até ela. Não ouvia os piropos dos homens das obras e nem dava atenção muitas vezes às conversas que tinha com o David quando o acaso os fazia encontrar ao final da tarde. (continua...)


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