Cartas de Amor
- Francisco Gs Simões
- 10 de abr. de 2019
- 1 min de leitura
Na plenitude da felicidade,
cada dia é uma vida inteira.

Pensava ele que o silencio lhe faria mal, que a ausência lhe tiraria o chão, que a distancia mataria a lembrança, que a saudade... sempre a saudade o iria manter ligado à rotina do café com leite e das torradas a saberem a manteiga. O que ele não sabia nem sequer alguma vez tinha imaginado é o que silencio se ouve que a ausência faz companhia, que a distancia não existe e que a saudade...sempre a saudade é o garante da rotina do café com leite e das torradas a saberem a manteiga. Quando se apercebeu que tudo afinal era bom e belo, abriu a janela, deixou entrar o ar fresco da manhã disse “Olá” ao sol, sorriu para a cegonha que começava a sua labuta de ir e vir com um ramo seco para reconstruir o ninho. Atirou com a água fria que corria da torneira contra a cara, passou a mão pelo rosto sentiu a barba de dois dias e gostou de se ver. Saiu sem pressa mas apressado, subiu a rua, foi evitando pisar a caca dos cães sem se preocupar, disse bom dia aos passeantes que nem lhe responderam. Estranhamente não sentia necessidade de se sentir feliz, estava tão calmo tão tranquilo tão...normal, que nem se lembrou da condicionante que um dia impôs a si para estar bem consigo e com os outros, a felicidade.
A Rita chegava nesse dia no voo das oito.
コメント